Você está pensando ou decidiu comprar uma Freelander 2, que bom! Seja bem vindo(a) ao time! Este tópico é pra ajudar a encontrar um carro em boas condições, ou pelo menos identificar possíveis problemas e negociar o valor da venda. Antes de ir ver o carro, verifique o valor de mercado dele na tabela FIPE (aqui). É normal carros muito bem conservados e pouco rodados estarem um pouco acima. Desconfie sempre de valores muito abaixo.
Antes de mais nada, assista esse vídeo. Ele esclarece grande parte das questões, especialmente sobre a versão diesel da Freelander 2
Ao ir ver o carro, recomendo levar uma lanterna e alguns guardanapos (você verá abaixo os motivos).
1. Verificação externa:
-> Lataria: procure amassados, arranhões, áreas mais foscas ou brilhantes (indicam reparos), veja o alinhamento do capô, faróis e porta malas (os vãos laterais devem ser iguais).
-> Pneus: Verifique o estado (descamando, gasto em excesso), e se todos são da mesma marca e modelo.
-> Lanternas e faróis: Procure por rachaduras e infiltrações.
-> Se conhecer, observe os amortecedores procurando por vazamentos de óleo.
2. Verificação interna:
-> Estado dos bancos: É normal um carro 2010, por exemplo, ter um desgaste nos bancos, mas não o couro rasgado. Bancos muito sujos indicam falta de cuidado do dono!
-> Teste tudo! Vidros, teto solar, travas elétricas das portas, espelhos, bancos elétricos (se tiver), faróis, luzes.
-> Painel: Ligue o carro, especial atenção para luzes de alerta acesas com o motor em funcionamento.
-> Painel em geral: É comum carros com 8 anos ou mais começarem a apresentar pequenas rachaduras. A solução é simples, existem tapeçarias especializadas que refazem toda a cobertura por cerca de R$ 1.500,00 (valor base dez/2020)
-> Acabamentos: Observe o estado do volante, couros do câmbio, freio de mão.
-> Forro do teto: Observe se não está descolando, principalmente nas bordas na parte da frente e de trás.
-> Abra e feche o carro com as chaves, veja se tudo funciona como esperado.
3. Motor:
-> Observe a marcha lenta, deve ser estável, constante, sem oscilações. É normal, com o carro frio, ela ficar mais alta e depois baixar.
-> Temperatura: Veja se ela sobe e o ponteiro fica o meio do indicador (ou bem próximo) e se a ventoinha do motor começa a rodar.
-> Dê algumas aceleradas, preferencialmente com ar condicionado ligado (já vê se ele funciona), A resposta deve ser rápida, sem engasgar. Veja se não há cheiro de óleo ou alguma fumaça.
Abrindo o capô:
-> Com ele ligado ouça o barulho, não deve existir nenhum zumbido constante, como um grilo, por exemplo.
-> Veja o fluido de resfriamento (água do radiador) - NÃO ABRA O RESERVATÓRIO COM O MOTOR QUENTE - mas com a lanterna (ou celular) veja se o líquido é rosa. Não deve haver ferrugem ou borra no líquido nem por dentro do reservatório. Se o carro estiver frio, abra o reservatório e veja, é mais fácil. Ah, óleo misturado nesse liquido é um péssimo sinal.
-> Consiga um papel ou guardanapo e puxe a vareta do óleo, com o motor desligado. Um óleo muito baixo e extremamente preto pode indicar que a troca foi há muito tempo. Pergunte ao proprietário quando foi feita e veja se ele lembra com precisão, ou tem documentos que provem.
-> Pergunte também sobre a última troca dos filtros de óleo e ar, também vendo se existem comprovantes. Tudo isso indica o grau e cuidado com o carro.
-> Se o carro estiver na vaga que ele usa com freqüência, observe manchas de óleo no chão, podem indicar vazamentos.
-> Se tiver disposição, se abaixe pela frente e observe o estado do protetor de cárter, que não deve estar enferrujado nem solto. Por dentro dele existe uma espuma grossa, então se existir algum vazamento de óleo essa espuma estará embebida nele. Você consegue enfiar os dedos pelos buracos do protetor e sentir se está molhada de óleo ou não. Se estiver, desconfie de vazamentos.
-> Pergunte quando a bateria foi trocada. Elas não costumam durar mais que 3 anos, já te dá uma base de qual vida útil ainda tem.
4. Ande no carro
-> Dirija o carro. Preste atenção em ruídos tipo zumbido, que aumenta com a velocidade. Problemas de rolamentos e principalmente diferencial traseiro tem essa característica. Se possível tente chegar a 80km/h, com o som desligado e vidros fechados, para ouvir melhor. Cuidado para não confundir com barulho dos pneus, o diferencial vai ficando cada vez mais alto, como uma sirene. Já o barulho dos pneus pode ser mais audível em alguma velocidade mais baixa.
-> Pare o carro em algum local onde seja possível ficar girando em 360 graus: Vire o volante TODO para um dos lados, e sem desvirar o volante, comece a andar. Esta ação faz com que o Haldex seja acionado (4x4) e ao mesmo tempo coloca o diferencial traseiro em alto esforço. Faça isso para os DOIS LADOS e preste atenção a estalos e mensagens de erro no painel. Qualquer ruído ou mensagem nessa situação indica problemas com alto custo de reparo!
-> Teste o funcionamento dos modos 4x4: Com o carro andando devagar, vá colocando o seletor 4x4 em cada modo, observando o status do painel e se não aparece nenhum erro. É normal sentir alguns pequenos trancos e a resposta do acelerador mudar neste momento.
-> Veja se os freios respondem bem, e o pedal volta normalmente. Ouça se existem ruídos ao frear.
-> Em uma pista plana, veja se não puxa para algum lado e se o volante está alinhado.
E por fim, quantos Kms ela rodou.... Isso por si só não é um indicador, tanto o motor gasolina quanto o diesel podem durar mais de 300.000km fácil, se bem cuidados.
Alguns pontos importantes:
-> Aos 100.000km são necessárias as trocas de alguns óleos específicos e uma boa verificação em correias, calços... o gasto dessa revisão, mesmo feita por conta própria, é alta (estimar R$ 2.000 a R$ 3.500)
-> Carros muito pouco rodados, desconfie. Não é nada comum achar uma Freelander 2 2007 com 40.000km rodados. Parece uma boa opção? Pague um checkup e levante na internet o histórico do carro, peça comprovantes de revisões e veja quantos kms ela tinha na última revisão e há quanto tempo foi isso. Compare o desgaste interno do carro com os Kms rodados. Fique alerta!
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